Apresentação
Não é segredo para ninguém que as paisagens e os caminhos deste pedaço esplendoroso da natureza são alimento para os nossos olhos mas, também, para o nosso coração. E é para este cenário que reservamos o feriado de 10 de junho, festejando o Dia de Portugal na sua natureza mais profunda. E na língua de Camões, soltamos palavras para nos guiarem nessa descoberta.
Calcorreando o Trilho do Corno de Bico e o Trilho dos Morrões, será no interior da floresta e na densa mancha de carvalhos que nos deixaremos envolver. A riqueza da diversidade de espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas, que ali estão para servirem de habitat aconchegante a inúmeras espécies do reino animal, e os estradões florestais que nos conduzem ao Alto do Espinheiro, onde o marco geodésico nos lembra a altitude de 883 metros, são o nosso roteiro para alcançar toda a magnificência da paisagem que prometemos na primeira linha. Deste miradouro natural, rodeado de blocos graníticos, podemos apreciar o quadro pintado pelos vales dos rios Coura, Vez e Lima.
E enquanto não nos cruzamos com o Trilho do Alto dos Morrões, vamos descobrindo a floresta, não deixando de reparar na Casa de Guarda Florestal da Atalaia. Esta casa, mandada construir pelo Estado Novo com o Plano de Povoamento Florestal, implementou também o fomento das florestas, principalmente nas zonas de baldio. O local serviu de viveiro de plantas, sendo ainda possível apreciar as marcas que nos fazem adivinhar os espaços onde se tratavam as diversas espécies até crescerem antes de encontrarem o seu pouso no terreno envolvente. Ali é obrigatório um olhar atento ao belo conjunto de cedros de grande envergadura dispostos em círculo.
O caminho continua para Vascões, passando na Ermida e no Solar das Giestas onde um lavadouro nos conta a lenda do Padre da Giesteira. E, continuando a calcorrear o nosso caminho, ladeados pelos campos agrícolas, finalizamos esta aventura dos sentidos no local de Túmio, onde a havíamos iniciado com expectativas que, acreditamos, foram agora mais do que superadas pela majestosa natureza que a nossa alma bebeu.